Acabamos de passar pelas festas de final de ano, época em que aqui no ocidente se fala muito em Jesus. A mídia explora incessantemente esse assunto: são filmes, músicas, especiais de final de ano além de todas as mensagens que circulam pela internet.
A maioria esmagadora dessas informações está ligada ao mito de Jesus, aquela imagem religiosa com grande conhecimento e aceite popular que norteia a caminhada de muitas pessoas que se identificam com ele. O que a maioria das pessoas desconhece é que além do fator “mitológico” existe também a questão política.
O termo política aqui está empregado no sentido de arte ou ciência de governar, arte ou ciência de organização, direção e administração de nações, estados ou grupos e não aquela política que estamos cansados de ver no dia-a-dia e que tanto nos revolta.
Para compreendermos melhor essa questão é importante relembrarmos como funcionava a sociedade no tempo de Jesus. Na antiguidade a religião era muito atuante na política e nas questões legais. Era muito comum e até pré-requisito que o líder para ser aceito cumprisse com o que estava nas escrituras, ou seja, com o que foi revelado ao povo pelos profetas que, dentro daquele contexto social, tinham grande importância e eram extremante respeitados. Essa relevância era tão alta que chegava a legitimar ou não, perante o povo, a autenticidade do líder que a eles se apresentava.
No caminho de Jesus são vários os exemplos de situações com que ele se preocupava em seguir esse costume. E para citar apenas um temos o famoso episódio da entrada no Templo montado no burrico. Segundo as escrituras o líder e salvador dos judeus que naquela época estava sendo “massacrado” e há tanto tempo esperava por um líder salvador, deveria entrar no Templo montado num burrico para então ser reconhecido e aclamado pela multidão.
Jesus se preparou para ser o líder aclamado pelo povo, tinha informação sobre as escrituras, sabia como os judeus tratavam essa questão, reunia os pré-requisitos necessários e estava disposto a seguir por esse caminho. Sendo assim ele procurou ir ao encontro da “tradição” e adotou essas questões como sendo parte da sua jornada.
Estou citando o caso de Jesus como exemplo por ele nos ser familiar e estar bem presente em nosso cotidiano. Entretanto, é importante ressaltar que esse tipo de postura não era exclusividade dele, mas era muito comum entre os que tinham o “destino” de conduzir a sociedade.
Basta procurarmos um pouco na história e encontraremos muitos outros casos em que os protagonistas conduziram as coisas dessa forma visando “cumprirem as escrituras” e se legitimarem como grandes líderes.
Sempre vale a pena ressaltar que o mito de Jesus nos ensina muitas coisas e deve ser respeitado. Essa crença é uma grande referência de crescimento e desenvolvimento pessoal que, com certeza, se seguida nos tornará muito melhores como seres humanos.
Paz e Luz