Sempre observo nos grupos espiritualistas a tentativa de justificar a verdade espiritual como científica, chegando a comemorar como uma verdadeira torcida de futebol quando algo é “supostamente” comprovado pela ciência. Essa necessidade chega ao ponto de não observarem se realmente foi comprovado pela ciência ou não, se realmente tem fundamento o que está sendo dito ou não. Basta dizer que “a quântica demonstra” e ninguém checa mais nada, ninguém verifica o que está sendo afirmado, basta ler “a quântica demonstra” que pronto, passa a ser cientifico na visão destas pessoas que defendem isso com unhas e dentes.
Na contramão dessa questão temos os céticos disfarçados de cientistas querendo desmoralizar a espiritualidade de qualquer forma, usando a ciência para justificar esse descredenciamento. Note que nesse caso os céticos se comportam como fundamentalistas, usando a ciência como “um tipo de religião”, o que na verdade não caracteriza em nada a ciência.
Ciência é investigação racional ou estudo da natureza, direcionado à descoberta da verdade. Tal investigação é normalmente metódica, ou de acordo com o método científico, ou seja, quando estamos falando de ciência falamos de comprovar as coisas dentro de um método, com regras e normas que podem ser reproduzidos a qualquer momento dentro de condições adequadas.
Note também que a ciência evolui, já tivemos a certeza da Terra ser plana e do Sol girar em torno da Terra só para citar algumas coisas que caminharam, e o papel dela é justamente esse, testar o que se diz e tentar comprovar dentro da sua metodologia os fatos.
O que muitas pessoas não sabem é que essa “briga” entre ciência e espiritualidade vem das origens da ciência, como uma maneira de sobreviver. Para entender essa questão é necessário lembrar como era a cultura antigamente e, nesse caso, o importante a ser lembrado é que a religião tinha muita força, ela detinha o poder, ditava as regras e não admitia ser questionada de forma alguma, usando métodos amplamente divulgados que não são foco deste texto.
Nos tempos de igreja forte a ciência se via limitada, não podendo contradizê-la, então ela se valeu de um artifício para criar mais liberdade. O artifício usado foi alegar que os homens da igreja estudavam Deus enquanto a ciência estudava a natureza, que os homens da igreja estudavam o Criador enquanto a ciência estudava a criação. Era alegado que os homens da igreja é que tinham preparo para estudar o Criador e que deveriam se dedicar a isso usando toda a sua sabedoria enquanto a ciência estudaria como a criação se comportava.
Quem se valeu sabiamente desse artifício foi Francis Bacon (Londres, 22 de Janeiro de 1561 – Londres, 9 de abril de 1626), um político, filósofo e ensaísta inglês. Como filósofo, destacou-se com uma obra onde a ciência era exaltada como benéfica para o homem. Em suas investigações, se ocupou especialmente com a metodologia científica e com o empirismo. É muitas vezes chamado de fundador da ciência moderna.
Bacon foi um dos mais conhecidos e influentes rosacruzes e também um alquimista, tendo ocupado o posto mais elevado da Ordem Rosacruz, o de Imperator.
Com a alegação de que a ciência não estudava a mesma coisa que a igreja, criou-se liberdade para que ela sobrevivesse, desempenhando o seu papel dentro da história da humanidade. Entretanto, se enganam aqueles que acham que a ciência é contra as questões ditas espirituais; na atualidade ela tem se voltado para esse lado e existem diversos estudos na área para entender e explicar dentro da sua metodologia este campo da vida humana, trazendo à tona novos conhecimento que podem mudar os conceitos científicos.
Paz e Luz